A Meteorologia e a I República

07-10-2010 23:20

De acordo com o Boletim Meteorológico icon pdf, publicado no Diário do Governo n.º 7, de 13 de Outubro de 1910, no dia 5 de Outubro de 1910, às nove horas da manhã, o céu apresentava-se pouco nublado ou limpo no Continente, com excepção de Lisboa e Sintra, onde o céu esteve nublado. Não ocorreu precipitação e o vento soprava fraco a moderado do quadrante nordeste, exceptuando a costa sul onde o vento soprava do quadrante sueste. A temperatura do ar, observada em Lisboa, era de 18,2ºC.

No início da I República, embora o “Instituto do Infante D. Luís” centralizasse toda a informação meteorológica, proveniente dos observatórios e estações do território nacional e assegurasse a sua transmissão a nível internacional através de Paris, os diferentes observatórios e estações, resultado de interesse científico de personalidades locais, actuavam de forma não coordenada.

A importância dada à meteorologia pela I República, que se constata no Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 7:275, de 28 de Janeiro de 1921, “sendo conveniente organizar os serviços meteorológicos, dada a sua incontestável importância, hoje reconhecida por todas as nações cultas”, criou condições para o desenvolvimento dos serviços meteorológicos quer na área e instrumentação quer na área do desenvolvimento científico. Ver documentos »»

Assim, em 1921, procedeu-se à primeira reorganização dos serviços meteorológicos, para os quais foram definidas competências nas áreas da climatologia, meteorologia dinâmica, incluindo a aviação, divulgação de conhecimentos meteorológicos e aferição de instrumentos, mantendo-se ainda como anexo aos serviços, o magnetismo, a sismologia e o estudo de todos os fenómenos referentes à física do globo. Foi ainda criado um Conselho Central de Meteorologia, com responsabilidade de coordenação dos serviços e de propor ao Governo uma nova organização para os serviços meteorológicos e para as actividades que lhes estavam anexadas.

Sob proposta de uma comissão técnica foram, em 1923, distribuídas as competências dos serviços meteorológicos pelas diversas instituições que deles faziam parte. Estas instituições e as competências que lhe estavam atribuídas vieram posteriormente a ser unificadas e centralizadas, em 1946, num único organismo, o Serviço Meteorológico Nacional.

 

Fonte: I.M., IP

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